Guido Crepax fez a Itália, e depois o mundo, se apaixonar por sua Valentina, uma fotógrafa descolada que vivia fantasias fetichistas. Bissexualidade, êxtase auto-erótico, sadomasoquismo e devaneios oníricos povoados de referências à Art Nouveau. Com ela, pela primeira vez os gibis entraram na lista dos artigos culturais de primeira classe. Tudo isso fez de Valentina um best-seller na Itália e Europa. A obra de Crepax influenciou grandes nomes dos quadrinhos adultos, como Manara e Serpieri. Valentina estreou discretamente, como coadjuvante em uma série de ficção nas páginas da Linus revista que inventou o gênero de quadrinhos adultos. O herói era Neutron, um detetive que usava seu poder paralisante para combater o crime. Aos poucos, Crepax substituiu os temas policiais e de ficção científica por uma mistura complexa de erotismo, alucinações e sonhos. E Valentina tornou-se a mais importante personagem dos quadrinhos eróticos em todos os tempos. Nesta edição da Conrad, o leitor encontrará as primeiras histórias de Valentina, publicadas entre 1965 e 1966. O início de uma jornada inesquecível, com o gênio de Guido Crepax em pleno desenvolvimento.