André Galvão surpreende, inebria, desconcerta. Inova-se ao envelhecer. [...] O resultado é uma obra antropológica, metafísica e melancólica, mas obstinadamente inconformada. O poeta não se entrega, reage, denuncia. [...] Em Depois do Sonho a poesia de Galvão chega à plenitude da maioridade. [...] o autor interpela a banalidade da vida, explora os sentidos abissais da linguagem ordinária e desmascara o torpor de um cotidiano cínico. [...] neste livro, a surpresa é o reencontro com o trato mais fino, com a imaginação mais audaz e a lírica ainda mais densa. Depois do sonho, resta-nos a consciência infeliz, lúcida e perspicaz do poeta que faz das letras uma criação generosa em sentidos. Poesia para ser sorvida, amarga e deliciosamente, palavra por palavra. [Por Ricardo Henrique Resende Andrade]