Ocorreu uma mudança de época. O ser humano descobriu a autonomia do universo e, com isso, sua própria autonomia. A doutrina da fé em seu conjunto, construída como foi sobre o axioma da heteronomia, perdeu sua validade. Não a perdeu, no entanto, a própria mensagem da fé, que reflete a experiência histórica de Israel em contato com a camada mais profunda da realidade, e que culminou com a experiência de Deus feita pelo maior de seus filhos, Jesus de Nazaré, e que prosseguiu nas experiências de seus discípulos com ele. Não precisamos continuar transmitindo tais experiências na linguagem da heteronomia. Para quem vive na modernidade, essa transmissão só fará sentido na linguagem da teonomia.Eis o fundamento da necessidade e justiça deste livro, uma tentativa de formular a mesma mensagem, só que na linguagem de hoje.