São Paulo da Cruz ocupa lugar destacado na galeria dos grandes místicos. No decurso de sua vida e na caminhada de sua notável evolução mística, descobriu a sublime revelação do Verbo que se abateu, se aniquilou, se fez homem, servo, morreu na cruz, e foi, por nós, um "maldito de Deus" (cf. Dt 21,22-23). Descobriu, ainda, que a Paixão de Cristo não significa tanto o cúmulo de seu sofrimento, e sim seu amor desentranhado. E não só o dele, como também o do Pai, que não poupou o próprio Filho (cf. Rm 5,6-9). Esta é a maior revelação do amor divino em prol da humanidade. Dessa maneira, o Santo se sentiu levado à comunhão com Deus, em uma espécie de força centrípeta, que o elevava ao mais alto estado de santidade. Essa mesma atração se convertia em energia centrífuga, que o transformou em apóstolo voltado aos irmãos. Assim, explica-se a escola de espiritualidade apresentada neste livro.