Se há algo parecido em todos os sistemas democráticos, além de suas diferenças, é a importância dos partidos políticos para o seu funcionamento. Seja em sistemas parlamentares ou presidencialistas, em monarquias ou repúblicas, em democracias novas ou consolidadas ou, enfim, em países ricos e desenvolvidos ou naqueles em vias de desenvolvimento, os partidos constituem a própria alma dessa forma de governo do povo, pelo povo e para o povo, à qual o notável Abraham Lincoln se referiu um dia para caracterizar os regimes políticos nos quais os cidadãos, por meio de seus representantes, decidem o destino coletivo da comunidade. A tese central deste livro, oferecido com grande satisfação ao público brasileiro, é que sem partidos não há qualquer possibilidade de construir sociedades democráticas. Por isso, Conexões Políticas e Eleitorais, ao mesmo tempo em que se revela um texto crítico em relação aos partidos que hoje temos, defende a necessidade de melhorá-los, para que possam cumprir com alto rendimento institucional as importantíssimas funções a eles atribuídas em todos os sistemas democráticos. Isso exige entre outras coisas, retirar dos partidos seu asfixiante controle social, situá-los na posição que naturalmente devem ocupar e liberar a sociedade e suas instituições de uma presença partidária que, quando não está justificada, é disfuncional e desvirtua a natureza das instituições.