Fasano 100´anni in Brasile e 100’ anni di gastronomia pode ser visto como uma apologia da fama e do comer com classe e sofisticação. Lembra o que escreveu o francês Brillat Savarin (1755-1826) em seu livro Fisiologia do Gosto: Os animais pastam; o homem come: só o homem de espírito sabe comer. Tem fundamento: são cem anos de gastronomia, em dois volumes, numerosíssimas fotos, registrando exatamente a afirmação de Rogério Fasano, que dirige o grupo: A única ortodoxia que cultivo à mesa é aquela do prazer. Não gosto das invencionices que se sucedem em nome da ´modernidade´. O que buscamos aqui é a plena experiência de uma emoção que começa no paladar, mas que se instala na alma. Livro-depoimento, com registros de espaços arquitetônicos que consolidaram a existência do Fasano. Também um apelo delicioso à nostalgia, a que talvez possa levar a fachada da Brasserie Paulista na praça Antônio Prado, centro de São Paulo, início do século passado. Comparecem a ele rostos famosos, ápices da civilização e do glamour em São Paulo e no Rio. Homens e mulheres de espírito discorrendo com brevidade sobre o ato nobre de comer bem. Retratos de artistas famosos, também, que passaram pelo Fasano: Marlene Dietrich, em 1959, Nat King Cole, belamente registrados. Fasano representa não a ocasional eclosão da beleza de uma esplêndida refeição, como a que se assiste no filme A Festa de Babette, de Gabriel Axel, mas a presença constante dessa beleza. Muito disso resume Arnaldo Jabor, quando depõe : A família trouxe para nós um eco renascentista. Maquiavel ou Lorenzo de Medici jantariam bem no Fasano O volume Fasano 100` anni di gastronomia, com suas 63 receitas, mostra por quê. São 2 livros em 1.