Adelmo Oliveira nos oferece, em Canto mínimo e Poemas de Vertigem (Escrituras Editora), uma poesia repleta de perspectivas e armada para o grande combate. Escreve com inspiração e maestria, calcado em seu passado cultural, mas de olho adiante, na vanguarda. O poeta dá ao mundo a dor filtrada dos seus versos, e se faz grande pelo sofrimento da vida vertida no sofrimento da linguagem. Segundo Ildásio Tavares, no texto das orelhas do livro, o poeta traz sua erudição, sua sensibilidade enraizada na Tradição, e dela renovadora, e sua capacidade de transubstanciar a vida em verso e de fazê-lo com elegância, em momentos nos quais atinge o difícil rincão do inefável. Dono de um extenso currículo, Adelmo é também autor do livro O Som dos Cavalos Selvagens (1971), obra de protesto contra a ditadura militar, que lhe custou uma prisão (sua casa foi invadida, o poeta submetido a um interrogatório e sua obra confiscada e destruída por ordem do Ministério da Justiça). Em 1975, foi sequestrado, torturado e submetido pela segunda vez a um longo interrogatório, tudo por suas atividades políticas e literárias.