Toda a sua infância e juventude passou aqui entre nós. Quando completou 20 anos, deixando tudo o que possuía de bens materiais, renunciando ao prazer e as riquezas, por causa de sua fé, ele partiu solitário em peregrinação a Roma e lugares santos da cristandade. O que levou consigo? Saiu tendo por roupa uma túnica marrom de tecido grosseiro. Juntou a si um cajado de madeira lavrada com uma cabaça pendurada na parte superior. Uma bota de couro e tecido e, por fim, uma mochila onde guardava os pergaminhos dos Evangelhos. Para nós, que o conhecíamos, foi grande golpe o seu desaparecimento. Por mais de sete anos, caminhou pelas estradas poeirentas da Itália. Ele era simplesmente um andarilho, sem rumo, sem identidade. Vivia da caridade alheia e, por onde passava, se aí permanecia, recusava a honra de ser hóspede nas casas, mas dormia nos celeiros e estrebarias que, por sorte, encontrava disponíveis. Somente nestes dias tomamos conhecimento da vida e dos atos caritativos do nosso ilustre conterrâneo. Notícias foram colhidas, através da sede da igreja em Avignon, porque de 1315 a 1322 os italianos da região dos Estados Pontifícios conheceram e conviveram com o anjo Peregrino que só vivia a serviço dos empestados. A sua ação benigna aconteceu principalmente nas cidades de Aquapendente, Cesene, Rimini, Roma e, finalmente, Placência.