Minha vida como bactéria, de Aníbal Cristobo, é a edição bilíngue dos poemas de Krakatoa, publicado originalmente pela editora argentina Zindo & Gafuri em 2012. Na tradução de Marília Garcia e Luciana di Leone, os versos de Aníbal fluem com vivacidade e verdade no ritmo e no som do português, revelando seus experimentos, jogos e movimentos para os leitores brasileiros. O deslocamento é um tema constante da poesia de Aníbal Cristobo. Fronteiras e linhas de navegação se cruzam nesses poemas marcados por cenários imaginários, numa geografia poética emotiva, divertida, complexa. Países, cidades, e cenas se sucedem ao rtimo da película cinematográfica; lugares como o pântano, o matagal, o deserto. Personagens como a filha do capinzal, o cowboy e o cacto escapam aqui e ali nos poemas, como linhas de um diálogo maior, como sequências de um roteiro. Como um micro-organismo mutável e mutante, Minha vida como bactéria contagia todos nós, leitores, com suas histórias, emoções e vivências. Mesclando humor e ternura em cenas que vão do inusitado ao kitsch, a poesi ade Aníbal nos pega de surpresa, "procurando" com agilidade e simplicidade "algo nas profundezas".