O novo credo criminológico-midiático, que dialoga numa íntima relação com a opinião pública, tem seu núcleo irradiador na própria ideia de pena: antes de mais nada, creem na pena como rito sagrado de solução de conflitos, em resoluções muito mais simplistas (supersticiosas, um verdadeiro ato de fé) do que as oferecidas pelas teorias legitimantes da pena. Quando propagam o ódio ao criminalizado, por pouco não revelam a concordância com a ideologia da segurança nacional que reza pela eliminação do infrator, sendo perfeitamente possível estabelecer um paralelo com a comunidade do povo alemão (Volksgemeinschaft) idealizada pelos nazistas, onde existiam os condicionados biologicamente a fazer parte dela (intragrupo), e os excluídos (extragrupo) ? entre eles, os criminalizados.