As Jornadas de Junho de 2013 lançaram as manifestações na rua ao centro do debate nacional. Ao contrário de outros grandes movimentos populares que foram ao asfalto em um passado recente como o Diretas Já e o Caras-Pintadas, a sua importância democrática está longe de ser consensual. Prova disto é que, em menos de dois anos entre setembro de 2013 e abril de 2015, foram aprovadas ao menos seis leis estaduais regulamentadoras do exercício do direito de reunião, todas elas com o intuito de restringi-lo de alguma forma. Foi uma clara reação ao que aconteceu nas ruas do país, em junho de 2013. Este livro trata do direito fundamental de reunião e da sua importância democrática que, como já se pode adiantar aqui, é enorme. São analisados aspectos como o aviso prévio, o uso de máscaras, o porte de determinados objetos e as (im)possibilidades de intervenção estatal nas manifestações. Tudo isto, com a convicção de que a rua é do povo. Somente a criação de uma cultura de tolerância permitirá o surgimento de uma crença sobre a importância das manifestações para a democracia, e este livro tem a pretensão de ser parte neste processo.