As imagens ganham movimento na poesia de Laura Liuzzi, seduzindo os olhos e ouvidos com uma cadência fina, misto de delicadeza e precisão. Tal como a fotografia ("luz e marca") o poema é o ato flagrante que revela o instante irreversível. Capturando o breve segundo em que o olhar se detém e se descobre nas coisas do mundo. No blush das bochechas, nas pedras portuguesas do chão; na garça que esconde o voo em imobilidade, no gato aninhado na lã. A poesia que toca na nuca, arrepiada num calafrio.