O politécnico Comte desistiu de arquitetar cidades ideais e, contra qualquer utopia desestabilizadora, desenvolveu a sociologia, como saber positivo da sociedade. Embora tenha sido concebida como física social, a sociologia comteana possui profundas implicações ideológicas, que nos remetem, sobretudo, à questão da luta de classes. A Religião da Humanidade, criada por Comte, é a expressão prática da física social e tem evidente destinação política - volta-se aos proletários e às mulheres para legitimar moralmente o pacto político positivista, fundado 'em deveres, ao invés de direitos'.