Depois de apresentar a polêmica do fim da história, Francis Fukuyama discute em “Confiança”, a maneira como as relações sociais influenciam a economia. Fukuyama mostra que, se for examinado o desempenho econômico de uma nação – medido pelo bem-estar e pela capacidade de competir – pode-se concluir que ele é condicionado por uma única e abrangente característica cultural: o nível de confiança entre os agentes da sociedade civil – empresas, sindicatos, igrejas, clubes, associações comunitárias, ONGs e mídia, entre outros. O autor cria uma escala de sociabilidade para avaliar o chamado “capital social”, o potencial que as pessoas de uma determinada cultura têm para trabalhar juntas visando a objetivos comuns em grupos e organizações. Esta sociabilidade, por sua vez, decorre do grau em que as comunidades compartilham normas e valores, mostrando-se dispostas a subordinar o individual ao coletivo. Desses valores compartilhados nasce a confiança, tema central deste livro, que apresenta o primeiro grande ensaio de integração das visões econômicas e socioculturais a partir da realidade dos anos 90.