Homens, mulheres, escravos, livres, libertos, nacionais e imigrantes. Trabalhadores no plural, na sua relação com a constante suspeição da polícia, ganhando o pão de cada dia, frequentando o botequim, fazendo greve, samba e amor. Neste livro, tais personagens se tornam protagonistas de sua própria história, negociando, reivindicando direitos, reinterpretando e reelaborando em suas experiências coletivas um mundo imaginado por patrões e autoridades. Esta coletânea coloca em xeque imagens simplificadas e antagônicas do Rio de Janeiro e de São Paulo, cidades tantas vezes reduzidas à presença negra numa, imigrante noutra, que revelam aqui tanto suas histórias singulares quanto um destino comum, constituídas que são por espaços urbanos segregados e desigualdade racial.