Qual é a função do recurso à substância na psicose? Chega a ser um discurso corrente na literatura psicanalítica que, além de ter um efeito anestésico sobre as manifestações psicóticas, esse recurso teria uma função estabilizadora gerada pela identificação imaginária ao significante toxicômano.O interesse inicial do trabalho da psicanalista e pesquisadora Júlia Reis consiste em colocar essa hipótese em exame com base em casos clínicos considerados um a um. A leitura desta obra, instigante e original, mostra-nos que nem sempre o recurso à substância na psicose é estabilizador e que, além disso, pode ser precário e deixar o sujeito muito próximo das passagens ao ato.Last but not least, Júlia demonstra, com perspicácia e fina escuta clínica, que a estabilização pela identificação imaginária é instável, como só pode ser o que é desse registro.Afinada com a discussão contemporânea do último ensino de Jacques Lacan enlaces e desenlaces e com o aggiornamiento produzido no campo dos (...)