Em 1889 a Proclamação da República acirrou a disputa de poder nos diferentes Estados brasileiros, sobretudo naqueles que estavam mais distantes da capital do Império. Em Mato Grosso, a elite local dos tempos da monarquia, usineiros do açúcar, criadores de gados, e recém enriquecidos com o comércio local, militares e profissionais liberais, protagonizaram enfrentamentos em nome do controle político em âmbito estadual, crentes de que podiam alçar postos mais destacados nacionalmente, em virtude do fim da centralização do Império. A obra trata da trajetória política da elite mato-grossense, das muitas estratégias que utilizaram para a afirmação do Estado frente à promessa federativa da República e da instabilidade política que marcou a região no início da aurora republicana, resultando em mandatos sucessivamente interrompidos, brigas e violências. A rotinização das práticas políticas em Mato Grosso incorporou diferentes momentos de enfrentamento, marcado pela disputa de grupos capazes de "mobilizar a imprensa" e "acionar homens de armas". O texto laça luz sobre a narrativa histórica do período para Mato grosso, ao mesmo tempo em que interpreta a História por meio de conceitos importantes, como cultura política, representação, poder e conflito. Profª Drª Márcia Pereira da Silva