Como sentir saudades do que ainda não ocorreu? Ouso sugerir que este título provocador resulta de uma leitura do nosso presente e do nosso passado que nos leva a imaginar um futuro que repetirá, sob novas vestes, o mal-estar da nossa origem. A nostalgia do futuro pode ser, também, imaginar com tristeza a utopia que não poderemos construir. De qualquer maneira, passo a passo, os artigos desta coletânea levam o leitor a entender a importância do diálogo com os "pensadores originais" que colocaram as grandes questões e respectivas interpretações sobre o que ainda nos incomoda e nos atormenta nesta Nação tão longe do bem-estar social. Oportunamente, os autores não deixam de reconhecer a importância das políticas estatais nos processos sociais e o tempo todo, explicita ou implicitamente, somos levados a desconstruir as práticas estatais e, sem medo, avaliar o que ainda nos separa da elaboração e execução de políticas públicas abrangentes e profundas, inseridas num projeto de desenvolvimento original que seja capaz de acolher toda a sociedade brasileira. Incomodo e perplexidade talvez sejam boas sensações para começarmos a descolonizar o nosso futuro.