Nossa senhora dos cordões: é assim que chama aquela que amarra caminhos, costura tempos, entrelaça palavras? Eu não sei, mas peço bença pra pisar devagarinho nesse trançado em que lá e aqui ora se juntam, ora se afastam. Nos intervalos entre um bloco e outro, a poeta organiza o carnaval. É carnaval! É benzimento isso que se faz na mistura, ou é o feitiço da ondulosa? Porque a receita pode levar vários nomes: colagem, montagem, sampler, citação, afeto, apropriação, macumba. Também, por que não? Não tenho nada a dizer. Somente mostrar. Não vou roubar nada de precioso nem me apropriar de fórmulas espirituosas. Mas sim, dos arranjos, dos restos: não quero fazer o inventário disso, mas permitir-lhes obter justiça da única maneira possível: utilizando-os. Peço a bença também a Benjamin, saúdo a ancestralidade e sopro a palavra: Juliana Pithon estreia na literatura fazendo corpo, fazendo mediação de acontecimento. Corpo médium meio baiano meio paulistano. Ela poeta serpenteia no (...)