Um menino negro, nascido e criado em Guaianases, zona leste de São Paulo, vai à padaria a pedido da mãe, no primeiro dia do ano, e leva um enquadro de um policial. A partir daí, começa uma saga pela sobrevivência, e o protagonista sai numa maratona pelo mundo, passando por países da América Latina e da África. Pelo caminho, ele encontra vários personagens arquétipos sociais que costuram os acontecimentos da história. Ao longo do percurso, o menino é atingido por 111 tiros de arma de fogo do policial que o persegue. Buraquinhos que se abrem sem pudor e o vento que espanta o picumã. Neste livro, narrado em primeira pessoa, Jhonny Salaberg faz uma denúncia ao genocídio da população negra com fortes tintas de realismo fantástico.