Muitos livros têm como adversário uma figura ao mesmo tempo presente e ausente, um interlocutor não enunciado de forma explícita, mas cujas provocações e indagações podem ser notadas nas entrelinhas e mesmo naquela \u201cideia do todo\u201d que anima a obra. Olivro de Diego Kosbiau Trevisan pode ser, ao menos inicialmente, lido dessa forma. Embora não confesse explicitamente, Diego Kosbiau Trevisan responde a um desafio colocado por Gérard Lebrun \u2013 autor importante em sua formação no Departamento de Filosofia da USP \u2013 em seu clássico Kant e o Fim da Metafísica. Lemos no famoso capítulo 10, sobre a reflexão como método da filosofia: \u201cnão haverá metafísica de Kant. Como se a crítica devorasse o projeto que a tinha suscitado, à medida que o autor refletia sobre sua essência\u201d.