Sabemos mais onde não está o futuro do Cristianismo, em que não consiste o ser cristão e em que o evento cristão não se manifesta para os homens e mulheres de hoje. Perceber as falhas do passado e as carências do presente não exige tanta acuidade de espírito como vislumbrar a aurora que está para nascer. Quando alguém se desperta na escuridão da noite, custa-lhe adivinhar se faltam muitas ou poucas horas para o romper do crepúsculo matutino. O crepúsculo vespertino evidencia-se pelo lento diminuir das luzes, pelo esvair-se suave das ondas caloríferas. Em regiões equatorianas, tudo acontece rapidamente. Pesa um equador sobre o Cristianismo nesse fim de tarde. Mergulhado no longo crepúsculo em pleno mar revolto da atualidade, ouvimos o chamado de João Paulo II para "enfrentar o mar aberto" e "avançar para águas mais profundas" (Lc 5,4). Que essa viagem nos traga vida nova e esperança maior!