Vitor de Paula Ramos parte de uma análise dos lugares comuns sobre a prova testemunhal, que foram repetidos por décadas e décadas em todos os países de cultura latina e que foram recolhidos em nossos códigos processuais. Uma vez apresentados, propõe-nos abandoná-los radicalmente para construir sobre bases mais sólidas uma concepção diferente da prova testemunhal. As bases dessa nova concepção são buscadas na epistemologia do testemunho, assumindo uma concepção reducionista ou não presuntivista, e na psicologia do testemunho. Essas duas grandes disciplinas, a primeira filosófica e a segunda empírica, aportam hoje uma base de grande solidez, totalmente desconhecida, quando não absolutamente ignorada, pela maior parte dos juristas. Da epistemologia do testemunho obtêm-se respostas à transcendental pergunta sobre quando estamos justificados em adquirir crenças ou conhecimento, como se preferir, a partir de fontes testemunhais.