Este livro, na verdade, ilumina um dos temas menos tratados pela historiografia oficial: a secular opressão do negro na sociedade brasileira e seu impacto nas novas gerações de afrodescendentes. Seu valor aumenta ainda mais porque concentra essa análise num dos espaços menos privilegiados por esses estudos: o Piauí. Ao produzir uma obra deste porte, seu organizador e seus autores já estão dando um largo passo no caminho da inserção. E foi na língua dos ancestrais africanos, que encontraram a palavra-chave que impregna esse grito de afirmação. É Ifaradá. Ou seja: sem conhecimento, não há resistência. E resistir é preciso, não para separar, mas para fazer parte, somar.