A adolescência é um período desconcertante. Cruel, surpreendente, melancólico tudo ao mesmo tempo e poucos autores conseguem escrever sobre essa fase de forma sincera e inteligente. Não por acaso, Um ano solitário, de Alice Oseman, é comparado com o marco da literatura sobre as angústias juvenis: um Apanhador no campo de centeio da era digital, segundo o jornal britânico The Times. O livro de estreia da jovem autora britânica, publicado quando Alice Oseman tinha 19 anos, retrata o que é ser adolescente nos dias de hoje: a falta de motivação no espaço escolar, transtornos alimentares e psicológicos e a internet como espaço de fuga que se somam às tradicionais paixões escolares e dramas familiares. Estudante do penúltimo ano do ensino médio, Tori Spring tem amigos dos quais não gosta, ouve músicas deprimentes e escreve em um blog sobre seu pessimismo crônico. Até que, em um dia como qualquer outro, ela segue uma trilha de post-its que a levam de seu armário na escola até o laboratório de informática. Na sala deserta, uma mensagem fala sobre um misterioso grupo chamado Solitaire, em referência ao jogo de cartas Paciência, com o qual a adolescente costuma passar o tempo durante o recreio e horários vagos. Também nesse dia, ela conhece o sempre esfuziante Michael Holden, aluno novo na escola, que parece determinado em tornar-se seu amigo. De início, o Solitaire pouco a interessa, mas as brincadeiras e jogos que o grupo promove envolvendo toda a escola tornam-se progressivamente mais perigosas. E o mais estranho: relacionam-se cada vez mais com os dilemas da vida de Tori. Para solucionar o quebra-cabeça que se forma, a adolescente vai descobrir que precisa mais dos amigos e familiares do que gostaria de reconhecer. Um ano solitário é uma resposta de Alice Oseman para personagens como Holden Caulfield, de O Apanhador no campo de centeio, e Charlie, de As vantagens de ser invisível. Um livro sobre amizades, descobertas e sobre aprender que uma pessoa pode mudar tudo.