Durante muito tempo, a Teologia da Libertação foi criticada por se basear num materialismo histórico, preocupando-se mais com a luta de classes e a militância política do que com as questões espirituais e religiosas. Em “Mística e espiritualidade”, os dois maiores expoentes desta corrente da igreja católica, Frei Betto e Leonardo Boff, juntaram-se pela primeira vez para falar sobre a crise da razão moderna e o novo paradigma holístico de reflexão. O livro é, de certa forma, esotérico. Ensinamentos da física quântica, yoga, zen-budismo, taoísmo, candomblé e xamanismo são comparados com a experiência mística cristã de Thomaz Merton, mestre Eckhart, São Francisco de Assis, Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz. O resultado é uma leitura atualizada e pouco ortodoxa do cristianismo no que ele tem de mais místico e esotérico. Algo que deve chocar os tradicionalistas, mas também reconciliar muitos cristãos modernos com sua fé original.