Publicado na França e nos Estados Unidos na década de 1980, este livro inaugura um dos conceitos mais importantes de Shoshana Felman o de corpo falante, cunhado a partir da articulação entre a teoria de Austin, sobre o performativo, e a de Lacan, sobretudo no que se refere às noções lacanianas de lettre e de parlêtre. Numa preciosa articulação entre a letra/carta e o corpo; o ser, a letra e o sujeito, este último tomado em sua dimensão de ato discursivo como o animal promitente por excelência, Shoshana Felman relê a figura do personagem Don Juan, no texto literário/dramatúrgico Don Juan, de Molière, de maneira a nos fazer reler as noções de ato, na conjunção entre a teoria dos atos de fala com a teoria psicanalítica, mas sobretudo no atravessamento radical operado pela coisa literária, em sua formulação autoral de corpo falante (Os tradutores).