Juvenal, pai de família aposentado, depois de uma pescaria mal-sucedida com os amigos, ficou uma semana fora de casa, descansando e refletindo sobre a vida em um vilarejo chamado Boca do Rio. Sem tempo para amenidades, ele acumulou conhecimentos, desfez dúvidas, abandonou a religiosidade, manifestou-se contra o que classificava como injustiça e pagou um alto preço por aquilo que chamava de consciência. Esse tempo de reencontro Juvenal chamou de ressurreição. Quando voltou, foi preso, com queixa de desaparecimento feita pela família e acusado de atividades políticas. Durante dois meses, foi torturado e humilhado. Pensou ter pagado pelo que não fez. Mas com condenação perpétua pela família e amigos, Juvenal arrastou o peso da sentença e resolveu voltar, pela segunda vez, ao vilarejo. Boca do Rio recebeu-o tranqüila, porém com indiferença.