O viver e o morrer, embora pareçam conceitos antagônicos, estão íntima e intrinsecamente relacionados, havendo um forte liame entre ambos. A morte sempre se fez presente em todas as sociedades e é discutida por diversas áreas do conhecimento. A eutanásia é uma prática antiga, talvez tão antiga quanto à espécie homo sapiens. Abordar o tema é apaixonante, tendo em vista tratar-se de uma questão polêmica, discutida nos variados setores que compõem a sociedade, por isso a matéria possui um caráter multidisciplinar e tão complexo. Apesar da eutanásia não ser um tema novo, sendo vasta tanto a literatura nacional quanto a estrangeira acerca do assunto, nada impede que se busque, através do debate entre os autores, novos contornos, pois se trata de um problema que interessa aos profissionais de diversas áreas e à comunidade em geral como destinatária dos preceitos estatuídos pela ordem jurídica Desse modo, é feita uma abordagem interdisciplinar, tendo como foco a pessoa humana concretamente considerada, com todas as suas fragilidades, em especial aquelas que se encontram em situações decorrentes da aproximação do final da vida.  A medicalização da vida, por um lado, a dignidade da pessoa humana e a proliferação dos direitos fundamentais do homem, de outro, trazem alguns questionamentos sobre a vida e a morte: no rol dos direitos fundamentais tem-se o direito à vida, mas será que ele abarca o direito à morte? É ético prolongar a vida, aumentando a dor e o sofrimento? É ético abreviar a vida para poupar a dor e o sofrimento? A quem compete decidir pela vida ou pela morte?  Essas questões norteiam a análise dos institutos da eutanásia, da distanásia e da ortotanásia.  Não há pretensão, no livro que se apresenta, de desvendar todos os mistérios da morte, o que, aliás, seria uma utopia.