Tomou por objeto o romance Caldeirão (1982) de Cláudio Aguiar, na busca por estabelecer os diálogos construídos entre Literatura, História e Memória. O cunho histórico do romance é nítido, em especial, por conta da coincidência entre os relatos de Caldeirão e os registros acerca do evento. Preocupação evidente no romance, de particular importância nesta obra, é o resgate da memória do massacre do Caldeirão por parte da força pública do Ceará, e a reivindicação do seu direito à história. Caldeirão se propõe, como disse claramente Cláudio Aguiar, a contar a história dos vencidos, uma versão da história que foi omiti da. O Sertão é o palco onde se passa a história do romance e o evento histórico do massacre do Caldeirão. Analisamos como a Literatura transformou em ficção um evento real, usando a memória como principal ferramenta. A Memória e sua relação com a História e com a Literatura foi peça chave para atingirmos o objetivo ao qual nos propomos. Pensamos a Memória enquanto uma leitura do passado posicionada no tempo presente. Observamos e analisamos as memórias da comunidade Caldeirão, a sua versão da história. Como eles enxergaram e relataram enquanto grupo, o massacre ali ocorrido.