Maria, uma casa e um final infeliz. Marita, estudante argentina desaparecida, procurada por um pós-graduando. Duas praças, que se multiplicam em outras e convergem para uma mesma narrativa. O livro é constituído por 90 capítulos breves. A vida de Maria, uma mulher comum, é contada até a sua mesquinha morte. A narrativa explora as possibilidades alienantes envolvidas nas ações, pensamentos e desejos cotidianos de uma mulher de classe média baixa. A teia de seus recalques e preconceitos enredando-se com sua biografia, apresentada aos saltos, é bem constituída a partir de um estratagema em crescendo: elipse do senso comum. A investigação do desaparecimento de Marita, argentina estudante no Brasil, é a segunda estória que ainda continua insolucionada. Um estudante da pós-graduação tenta de todos os modos encontrar Marita, talvez filha de pais argentinos mortos pela ditadura de lá. E registra por escrito não só os kafkianos passos burocráticos que deu para tentar resolver o enigma, como seus encontros com professores, funcionários e dirigentes universitários, oferecendo ao leitor uma imagem de parte do mundo acadêmico, com tudo o que pode comportar de frivolidade intelectual, inveja pessoal, luta pelo prestígio e ganância pelo poder.