Embrenhados na selva de uma pequena ilha nas Filipinas, o jovem tenente japonês Hiroo Onoda e seus três companheiros de guerrilha põem-se a caminho pelas décadas que têm pela frente. Último sobrevivente, e certo de que o fim da guerra não passa de uma mentira do inimigo, Onoda levará quase trinta anos para ser convencido a finalmente se render. O crepúsculo do mundo é uma história de sobrevivência, de honra, de estoicismo e de um indivíduo confrontando, até os limiares da loucura, as forças destrutivas da civilização e da natureza indiferente. Um prato cheio, portanto, para o diretor de cinema Werner Herzog, que aqui confirma ser um prosador de firmeza e poder sugestivo impressionantes. Seu relato, baseado em entrevistas que fez pessoalmente, abraça a fluidez imaginativa para tentar reconstituir em minúcias não apenas os fatos, mas também suas implicações estéticas e filosóficas. Os detalhes às vezes soam alucinógenos: um saco de roupas sujas infla com um bolor que parece [...]