A ideia de escrever este livro surgiu a partir das perguntas mais comuns que foram formuladas pelos alunos do Curso de Investigação Psicanalítica das Psicoses do Instituto da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro, do qual o autor foi colaborador durante alguns anos. No afã de organizar as leituras dos diferentes autores psicanalíticos e as distintas abordagens que a obra freudiana possibilita, os alunos acabam vítimas de mal-entendidos e de confusões teóricas. O autor acredita virem daí as críticas mais comumente feitas a Freud na área do estudo das psicoses. O leque de exemplos é amplo e vai desde o lamento (ressentido) por Freud não ter construído uma teoria para as psicoses, como teria feito para as neuroses, até desconfianças quanto ao conhecimento de Freud acerca do fenômeno psicótico. Como veremos, a teoria freudiana das neuroses foi, desde sempre, a mesma para todas as doenças mentais. Conforme o título que deu a um de seus primeiros trabalhos, catalogava essas doenças como neuropsicoses de defesa, e as psicoses nunca deixaram de fazer parte dessa categoria. De qualquer forma, não há nenhum fundamento epistemológico em esperar duas teorias psicanalíticas para fenômenos mentais.