O trabalho da filosofia é a análise dos limites. Contudo, enquanto Kant e a tradição queriam determinar as fronteiras do conhecimento, para Foucault a filosofia hoje deve determinar aquilo de que pode se libertar. Não se trata de compreender as estruturas universais do saber, mas de elucidar as condições históricas de nossa atualidade contingente e, portanto, passível de contestação. Essa emancipação é fruto de um longo trabalho, que utiliza caminhos tão surpreendentes como a pesquisa histórica e métodos tão aparentemente abstratos como a arqueologia. Seu objetivo é abrir a possibilidade de conceber nosso pensamento como um dado essencialmente criticável, dando assim uma chance à impaciência da liberdade.