Rosa tem 15 anos e está naquela fase intensa da adolescência, cheia de impulsos rebeldes, certezas absolutas e desejos inconfessáveis. Ou nem tão inconfessáveis assim, já que em uma das muitas brigas que tem com Julieta, sua mãe excessivamente presente, um pensamento reprimido escapa: “Acho que a minha vida seria muito mais fácil se você morresse de uma vez”.

Até aí, normal. Provavelmente nove entre dez meninas que estão nesse momento de construir a própria identidade e de se libertar das expectativas familiares já desejaram a morte da mãe pelo menos uma vez na vida. A história explica e a psicanálise também. Então, com o tempo, as brigas diminuem e a relação se transforma.

Mas, para Rosa, o impensável acontece: logo após o último conflito com a mãe, logo após Rosa desejar sua morte, Julieta sofre um aneurisma fatal. Agora, a jovem terá que atravessar uma das fases mais complexas da vida sem a mãe, sua maior referência.