Os conceitos teóricos da semiótica e da retórica antiga são utilizados neste livro para analisar os romances de Machado com o objetivo de determinar o éthos de seu enunciador, ou seja, a imagem que constrói de si no discurso em todos esses textos. Dílson Ferreira da Cruz mostra que entre os nove romances de Machado há mais em comum do que se poderia pensar numa primeira leitura, pois todos eles apontam para um mesmo caráter e para a utilização de procedimentos semelhantes de construção de sentido. O autor também realiza um cotejo com vários contos machadianos, e estabelece aproximações com obras de outros grandes escritores, como Jorge Luis Borges, Cervantes, Dostoiévski e Guimarães Rosa. Além da determinação do éthos do enunciador, o leitor encontrará também diversas interpretações dos romances machadianos, as quais lhe permitirão outras visões da obra de Machado.