“Assim como todos os homens desejam naturalmente conhecer a verdade, também é inerente aos homens o desejo natural de evitar os erros e de refutá-los quando tiverem essa capacidade. Ora, dentre outros erros, o mais aberrante parece ser o erro através do qual se erra a respeito do intelecto, pelo qual somos capacitados por nascença a, afastados os erros, conhecer a verdade. De fato, já há algum tempo impregnou-se em muitos um erro a respeito do intelecto, originado do que disse Averróis, que se esforça por asseverar que o intelecto [...] é certa substância separada do corpo, de acordo com o ser, e nem se une a este de modo nenhum como forma; mais ainda, que esse intelecto possível é um só para todos os homens [...]. O que propomos como nossa intenção é escrever de novo, contra o mesmo erro, algo pelo que o citado erro seja manifestamente refutado.”