A organização do tempo em horas, dias, meses e anos apresenta-se como imutável e universal. Contudo, é na verdade um tipo de organização muito mais artificial do que as pessoas imaginam. Leofranc Holford-Strevens aborda a temática da medição do tempo recorrendo a uma ampla panóplia de fascinantes exemplos, desde a Roma Antiga e a imposição do ano bissexto por Júlio César, até ao projecto concebido na década de 1920 para estipular uma data fixa para a Páscoa. A medição do tempo não se rege exclusivamente por objectivos temporais. Os calendários sempre foram dominados e determinados por exigências sociais: as colheitas agrícolas, os rituais (religiosos e não só) e também as contingências políticas e ideológicas. Conclui-se portanto que o tempo não é nem um conceito nem uma categoria natural, mas sim humana. O tempo é nada mais do que uma invenção do homem que lhe permite organizar e avaliar as suas actividades e o seu percurso histórico.