Nascido em 1882, Arnold Schoenberg, um judeu vienense que iniciou sua carreira musical muito cedo, aos 8 anos de idade, sempre foi autodidata - nunca seguiu uma escola propriamente dita -, porém tal circunstância não impediu que adquirisse pleno domínio da linguagem harmônica de fins do século XIX e início do século XX. Abriu novos caminhos na estética da música criando o método composicional conhecido como dodecafonismo, um marco para a evolução musical. Declarava-se um descobridor, negando o título de revolucionário, além de compor também pintava, mantendo amizades com pintores famosos, como Kandinski. Realizador de algumas das mais belas obras da história da tonalidade, como a Noite transfigurada, Oito canções e Canções de Gurre, Schoenberg foi um professor rigoroso porém não doutrinário, exigindo de seus alunos imaginação e criatividade. Exerceu particular influência sobre os músicos austríacos Berg e Webern. A ascensão do nazismo obrigou-o a mudar-se para os Estado Unidos, vindo a falecer em 1941 na cidade de Los Angeles. Harmonia é um livro de teoria musical que trata com profundidade do funcionamento do sistema tonal, suas leis e suas propriedades, além de se dar conta de suas limitações e do porquê de sua superação histórica. A primeira edição, em alemão, foi publicada em 1922. A editora UNESP traz agora a primeira edição para o português, com tradução de Marden Maluf, professor de Harmonia e Contraponto da Escola de Música de Brasília, e apresentação do professor de música Flô Menezes.