No início do século XX o espaço territorial que hoje compreende o Estado de Rondônia era praticamente inabitado. O vilarejo de Santo Antônio do Rio Madeira, por sua localização geográfica, fora escolhido como ponto inicial - depois vindo a ser alterado - da ferrovia Estrada de Ferro Madeira-Mamoré que o Brasil se obrigara a construir pelo Tratado de Petrópolis (1903) para por fim à disputa que mantinha com a Bolívia sobre as terras que formam, hoje, o Estado do Acre. Como consequência da construção da ferrovia (1907-1912), associada ao aumento da demanda internacional pela borracha, surgiram duas novas cidades: Porto Velho e Guajará-Mirim. A corrida pela ocupação desse espaço não impediu a chegada de aventureiros de toda ordem - criminosos, ladrões, facínoras, prostitutas - e até degredados, como os "bravos marinheiros" que participaram da "Revolta da Chibata" (1910), no Rio de Janeiro, os quais, colocados à força nos porões do "navio satélite", foram desembarcados em Santo Antônio do Rio Madeira (1911). É nesse contexto histórico que desponta a figura emblemática do CAPITÃO ALÍPIO, com carreira militar iniciada na Polícia Militar de Mato Grosso (1927), passando, depois, a integrar os quadros da extinta Guarda Territorial (1943), do então Território Federal do Guaporé, depois Rondônia, que no desempenho da função de Delegado de Polícia (1938-1968), em Guajará-Mirim, impediu "por todos os meios, que uma cidade, ao nascer, e a região ao redor dela criassem, mantivessem e conservassem características bastardas".