Qual a data de nascimento do cinema de ficção científica? Que formas foi adquirindo até se impor como género autónomo, com uma linguagem e uma filosofia próprias? E que olhares nos propõe sobre o mundo que nos rodeia, que projeções sugere sobre outros mundos, prováveis ou hipotéticos, razões das humanas angústias e deslumbramentos? Desde os seus inícios como género na América dos anos 1950, todas as facetas deste cinema são aqui descritas e analisadas por ângulos inovadores. Graças a numerosos exemplos, descobrimos como, do medo atómico dos anos da guerra fria à emergência do cyberpunk trinta anos mais tarde, os filmes de ficção científica nos elucidam sobre a evolução tecnológica, estética e social das respetivas épocas. Num segundo tempo, a obra propõe uma tipologia das figuras visuais e narrativas, desde as imagens do espaço ou do extraterrestre até à crítica social e política, e mostra quanto este género cinematográfico, que é também criação de um mundo, se fundamenta na desorientação do homem face às suas próprias referências.