Ousar. Não por vaidade ou como afirmação do próprio saber. Ousar para trazer à superfície e ao coletivo a visão sobre um detalhe que pode passar despercebido na contemplação da obra do escritor brasileiro Milton Hatoum, filho de libaneses, cujo reconhecimento do público levou seus livros a sendo traduzidos em dezenas de países e rendeu-lhe prêmios aqui e no exterior. Ao dissecar a estranheza presente na coletânea de contos A cidade ilhada, o estudo de Marina Arantes divide com os leitores como interfaces dessa palavra, que dialoga com a semiologia, a psicanálise e as ciências sociais. Inspira-nos a imaginar como uma família libanesa chega à Amazônia, instala-se em um ambiente absolutamente diferente do país de origem e se adapta no espaço da maior floresta tropical do planeta. O estudo estabelece interseções com a [...]