O autor rastreia a gênese e o processo de produção desta sociedade esfacelada que aí está. Suas reflexões contemplam a perspectiva de que, a partir dos anos 70, há um desdobramento do modo de produção vigente em termos de um capitalismo feroz como forma que as classes dominantes acharam ara responder à grande crise econômica e social da época. O modelo que surge então é conhecido com neoliberalismo. como conseqüência, toda a sociedade é reorganizada de forma a garantir os ganhos do capital através de estratégias poupadoras e mão-de-obra, de cortes drásticos nos gastos sociais e das famigeradas desregulamentações que golpeiam direitos históricos dos trabalhadores adquiridos em lutas sofridas ao longo destes dos últimos séculos. Um modelo tão excludente como esse somente pode sustentar-se por mecanismos ideológicos sutis através dos quais a dominação vai se tornando cada vez mais invisível. O dominado vai exercer a sua própria autovigilância e os seus auto-impedimentos. O ego e o desejo passam a ser colonizados e o trabalho vai perdendo os últimos elos com aquilo que os trabalhadores consumavam considerar como um processo de libertação.