Na obra é possível perceber como o impresso e o teatro se comunicaram e angariaram um público que é pouco focalizado pela História do teatro, e mesmo em estudos literários, por serem considerados, na norma culta, manifestações artísticas ¿menores¿. Também contribui para associar espectadores de textos teatrais e o consumo de produtos que no caso, podiam contar com um autor presente em várias modalidades: dramaturgo, ator, editor, folhetinista, explicando-se por sua verve e capacidade de interação com o público, o sucesso de vendas que conheceu. Os textos incluídos na publicação apresentam argúcia e sensibilidade, em uma relação íntima de seu autor com a conjuntura política do país, tratando de questões tão diversas como o processo da Independência ou a crise do primeiro Reinado, a Regência e com formas cômicas e críticas de imiscuir-se em temas candentes, sobretudo no período da estabilização do segundo Reinado, transitando por questões urbanas, como falta d´água, a dureza da escravidão, a campanha abolicionista. A documentação analisada, os conteúdos e debates que emergiram destas fontes, não se caracterizam como um mero inventário do que foi publicado sobre o tema, sobretudo na segunda metade do século XIX, mas foi selecionada para colocar em evidência pontos que hoje contribuem para estudos históricos, literários ou linguísticos, entre tantas possibilidades. A seleção dos textos escritos por Vasques está periodizada entre 1862 e 1883 e foram escolhidos em diversos arquivos consultados pela historiadora, preocupada com a qualidade de sua fixação, contextualização e notas explicativas.