Poucos autores foram tão lidos, comentados e traduzidos ao longo dos últimos cem anos quanto Paul Valéry. Contudo, só agora chega ao Brasil uma tradução completa dos seus Feitiços. Trata-se de uma obra que, após a experiência radical de A jovem parca, flutua entre diversas possibilidades poéticas que produziriam obras-primas como \u201cO cemitério marinho\u201d, um dos mais famosos poemas do século XX, e outros tantos como \u201cEsboço de serpente\u201d, \u201cA Pítia\u201d, \u201cFragmentos do Narciso\u201d, \u201cOs passos\u201d. Muitos desses poemas já haviam sido traduzidos isoladamente, mas a visão de conjunto permite sopesar o alcance da estratégia antimoderna de Valéry.