“De mim, conto”, diz Riobaldo, sintetizando assim o traço que caracteriza boa parte da produção romanesca ocidental. Contudo, mesmo dentro Do Romance de Primeira Pessoa há subgêneros. Primordial em qualquer obra de ficção, a posição do narrador em relação“De mim, conto”, diz Riobaldo, sintetizando assim o traço que caracteriza boa parte da produção romanesca ocidental. Contudo, mesmo dentro DO ROMANCE DE PRIMEIRA PESSOA há subgêneros. Primordial em qualquer obra de ficção, a posição do narrador em relação à história narrada perpassa toda a composição da obra de arte e define seu caráter. Em particular no caso do romance, o tipo de narrativa mais prestigioso e representativo artística e socialmente nos últimos quatro séculos, apesar de sua morte sempre anunciada. José Afonso da Silva realiza um estudo abrangente do romance de primeira pessoa e, em busca de respostas – afinal, o autor é livre para decidir o ponto de vista ou isso é imposto de acordo com o tipo de romance que planejou escrever? –, interpela em sua jornada Cervantes, Defoe, Swift, as irmãs Brontë, Machado, Proust e Rosa, entre outros. Uma obra de fôlego de um leitor apaixonado para leitores apaixonados.