"Desde o retorno à democracia, em 1985, os políticos brasileiros têm recorrido com frequência às coligações eleitorais (listas partidárias conjuntas) para eleger representantes. Um quebra-cabeça, com dimensões teóricas e práticas significativas, se apresenta: o que leva os partidos políticos brasileiros a formar esses cartéis eleitorais? De modo geral, por que os partidos brasileiros muitas vezes coordenam suas estratégias eleitorais formando alianças, com poucos candidatos concorrendo de forma independente? O Brasil é um excelente caso para estudar cartéis eleitorais, já que a lei permite alianças. Além disso, a verticalização oferece uma oportunidade única de comparação: antes e depois da mudança nas regras do jogo político. A análise é ancorada em contribuições teóricas sobre o comportamento dos candidatos à presidência da república, ao legislativo e ao governo do estado, seja com foco no Brasil ou em aplicação à política brasileira. Finalmente, o Brasil tem experimentado o regime democrático ininterrupto desde 1985, o que me permitiu construir um banco de dados sobre a participação dos partidos em coligações eleitorais. Pelo fato de os distritos eleitorais (os estados) diferirem em magnitude, e os partidos, em tamanho e ideologia, tenho variação considerável nas minhas variáveis independentes para explorar o que move os partidos a formar alianças eleitorais no Brasil. O objetivo principal deste livro é desvendar os incentivos que os partidos têm para participar de coligações eleitorais no âmbito de um sistema presidencialista de governo, inclusive sob a verticalização. Também investigo o efeito das coligações eleitorais sobre a representação no Congresso. Nesta última questão, dado que os políticos favorecem projetos que os beneficiam, e que mais de 80% das cadeiras da Câmara dos Deputados são rotineiramente preenchidas por meio de alianças, as perspectivas de uma reforma político-institucional parecem pessimistas no Brasil." O objetivo principal deste trabalho é desvendar os incentivos que os partidos têm para participar de coligações eleitorais no âmbito de um sistema presidencialista de governo, inclusive sob a verticalização. Trata-se de um projeto de pesquisa bem concebido, executado com metodologias sofisticadas e com base em uma invejável literatura sobre as coligações brasileiras.O objetivo principal deste trabalho é desvendar os incentivos que os partidos têm para participar de coligações eleitorais no âmbito de um sistema presidencialista de governo, inclusive sob a verticalização. Trata-se de um projeto de pesquisa bem concebido, executado com metodologias sofisticadas e com base em uma invejável literatura sobre as coligações brasileiras.