Com sua voz embrutecida e sem adornos, o aventureiro britânico Wiltshire narra a história que viveu na ilha de Falesá, para onde se mudou ao ser designado para ocupar o posto de comércio da empresa para que trabalhava. Recebido pelo concorrente e conterrâneo Case, que logo se revela um inimigo, ele se vê as voltas com um casamento arranjado e falso com a jovem canaca Uma. Seu menosprezo às crenças e aos costumes dos nativos, típico dos conquistadores ingleses, é confrontado a cada nova experiência. Wiltshire, ao lado da mulher, percebe-se exilado num limbo entre dois mundos que lhe são hostis, o dos brancos - todos os habitantes estrangeiros, sem distinção de etnia - e o dos canacas, como são conhecidos os nativos das ilhas do Pacífico Sul. Homem de ação, ele parte para o confronto. Originalmente censurada por sua editora britânica, "Na ilha de Falesá" é ao mesmo tempo uma novela de ação e aventura, e uma crítica mordaz ao colonialismo e ao imperialismo, trazendo à luz alguns tabus do século XIX: miscigenação, imperialismo e exploração econômica.