O estudo do homem é o fundamento do estudo da sociedade. O que conhecemos como ordem social emerge, por efeito de combinação, de ações humanas não-conscientes e conscientes. As escolhas definidoras da geometria do social resultam de uma hierarquia individual de preferências estruturada em um conjunto viável de alternativas satisfatórias, em que está ausente o conhecimento completo de suas consequências. Quando este processo tensional perpassa a tomada de decisão do desempregado no mercado de trabalho, as estratégias individuais resultam da tensão entre as aspirações subjetivas e a constituição normativa do grupo de referência, ambas influenciadas não determinadas pelo contexto social mais amplo. Este livro aborda os fatores psicossociais estruturantes das decisões dos indivíduos quando estão desempregados, pela análise da tensão entre a identidade social virtual e a identidade social real de chefes de família, como portadores do sentimento do dever para com o sustento familiar. Observa-se que a natureza moral da ação humana é decisiva na estruturação da hierarquia de preferências do indivíduo. Ao escolher alternativas consideradas viáveis para recuperar um trabalho, qualquer trabalho passa a ser preferível, comparado ao tipo de atividade com a qual desenvolveu um vínculo ocupacional. Quando o pré-moderno se manifesta na diacronia social, afirma-se a sincronia da natureza humana.