O texto de Tarsila Flores fere de morte o silêncio. As cenas do Genocídio não são nem o exemplo nem o caso dos juristas. Malgrado faça uso das técnicas dos estudos empíricos, tampouco são o caso da ciência empírica. As cenas do genocídio são aquilo que vive no silencio do exemplo e do caso. Falam do horror do espelho e da dor e das esperanças da vida. Reúnem aquilo que o poder acadêmico da branquidade nega como pergunta. Tampouco destinam-se a descrever, de modo violento, o outro. Têm a pretensão de manter a relação humanizada na escrita. Escapam ao silêncio da branquidade e da negativa de olhar para suas dimensões públicas, institucionais e estruturais. São a tentativa do rigor acadêmico de dizer o que ocorre nas ruas, nas instituições de controle social, no judiciário, na mídia etc. Apontam, à distância, para inúmeros processos que precisariam ser compreendidos se as perguntas não fossem apenas a repetição do poder colonial da branquidade. Interpelam o olhar vazio do campo científico da ciência normal.